domingo, 16 de maio de 2010

Des/apegar

Pilhada por ações de terceiros, arrumei meu quarto. Estou ficando incontrolada por arrumar e decorar. Tenho coisas demais e sou pessoa de menos. Uso pouco mas faço questão de guardar. O que fazer...
Desapegar. Quando sinto a nostalgia desapegar torna-se algo difícil. Sinto saudade ao ver os livros de inglês, o diploma do ensino fundamental, caderno de artes da quinta série, e me pergunto porque tive que crescer e deixar tanta coisa pra trás.
Hoje consegui colocar fora CDs pelos qual sinto nojo mas que mesmo assim insistia em guardar. Faço planos de jogar revistas velhas no lixo. Queimei um T, mudei os armários de lugar, joguei mais uns CDs gravados na caixinha de "CDs que um dia virarão um enorme globo de espelho", mais uns planos de mudar o guarda-roupas e jogar fora aquelas portas com escritas que eu não quero lembrar.
Desapegar é fruto de querer se apegar a coisas novas. Desapegar abre os olhos, a cabeça e o coração. Desapegando me sinto menos presa ao passado e mais apta a pensar no futuro baseada em novas apegações. Se apegar é ruim, mas necessário, faz arte da evolução. Sem me apegar, paro no tempo. Sem me apegar, não aprendo a selecionar. Sem me apegar, não me motivo.


"To think he could replace the missing elements in me"

3 comentários:

Anônimo disse...

Nunca mantenha nada por tempo suficiente que faça vc não poder mudar caso queira. :)

Devaneios Cabeludos disse...

Ser desapegado é algo bom.

Alessandra disse...

Carina, adoro ler tuas sacadas e o des-apegar adorei tanto que tive que vir comentar tímida. "coisas demais e as vezes somos de menos", eu me sinto exatamente assim, as vezes cheia de mim mesma :)
Bj!